Este é o primeiro ano em que o "CQC", da Band, começa uma entrevista coletiva sem se vangloriar pelo recorde de audiência alcançado no ano anterior (a atração registrava entre 5 e 6 pontos em 2012 e teve uma queda de quase dois pontos no Ibope - cada ponto representa 65 mil domicílios na Grande São Paulo - em 2013). "Vivemos um momento gravíssimo. Quem não entender que o telespectador não é só mais o cara do sofá, e sim um ser ativo e articulante, só tende a sumir”, explicou Marcelo Tas na sede da emissora em São Paulo nesta terça-feira (11).
“Não preciso dizer o quanto é difícil se manter no ar durante sete anos. Dá para contar em uma mão os programas que ainda estão no ar há tempos. No começo, em 2008, tínhamos o fator surpresa. Hoje as pessoas contratam coach para treiná-los antes de dar uma entrevista para o programa."
Entre as novidades da sétima temporada da atração, está a estreia nesta segunda-feira (17) de uma nova repórter mulher, Naty Graciano, ainda desconhecida do público. “Nunca vi ninguém que vá estrear com tanta qualidade. O entusiasmo dela é contagiante e eu me sinto renovado”, disse o apresentador, que ainda brincou com o físico dela. “Homem é bobo, primitivo e escorrega fácil diante de uma mulher inteligente. Fora que ela sabe que é gostosa e sabe usar bem isso.”
Tas, conhecido por sua sinceridade, não deixou passar em branco a ida de Monica Iozzi para a Globo. “A Monica revolucionou o jornalismo político. O que ela fez em Brasília, ninguém fará igual. Porém, em 2013, ela estava muito infeliz, descontente e sem comprometimento. E isso refletiu na vida dela. Foi um ano difícil para a Monica." E depois alfinetou a estreia da ex-colega como comentarista do "BBB". “A Monica é muito esperta. Quando ela me disse que ia sair para fazer teatro, esperava Shakespeare, e não o BBB. Ela saiu em dezembro daqui e em janeiro já estava no programa que ela mais falou mal a vida toda. Vamos dizer que a Monica come no prato em que ela mais cuspiu a vida toda.”
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Tas fala sobre os ex-pupilos: Monica Iozzi, Rafinha Bastos e Danilo Gentili
Crise com Lobão
A nova temporada nem começou e problemas já surgiram. O cantor Lobãoameaçou processar o programa após ser abordado por Ronald Rios para gravar o “Torcida VIP” – quadro em que torcedores fictícios brincam com as celebridades. Tas, que é amigo pessoal do cantor, diz que não entendeu a atitude dele. “Fiquei surpreso, não consigo entender a indignação com um quadro tão inocente. Mas o Lobão é assim, difícil de entender às vezes.”
Sem celebridades na bancada
Se nos últimos anos o "CQC" investiu em participações especiais e celebridades dividindo a bancada, como Ronaldo, Ivete Sangalo e Palmirinha Onofre, Tas afirma que em 2014 o programa não pretende receber ninguém. Será apenas ele, Marco Luque e Dani Calabresa, que estreia na posição. “A bancada e o estúdio não são projetados para receber ninguém. Vocês não têm noção de como é complicado ter uma celebridade no palco. Eu sugeri que fizessem um cantinho onde elas aparecessem, cantassem e participassem, porém, ninguém me ouve aqui na Band.”
Merchandising aos montes
Com o crescente número de ações publicitárias dentro dos programos da televisão brasileira, o "CQC" rema na mesma direção. Com 12 grandes marcas na estreia e um crescimento de 13% no faturamento, o programa vem com uma força única, segundo Tas. “Quando você tem poucos anunciantes, fica frágil às pressões políticas. No começo sofríamos muito. Hoje, para alguém ligar aqui para nos ameaçar, tem de ter muita cara de pau.”
Outro assunto da coletiva foi a volta de Rafinha Bastos à Band, no “Agora é Tarde”, antigo programa de Danilo Gentili. Tas diz que nunca viu o humorista tão animado e trabalhando tanto em um projeto, e ainda aproveitou para contar como foi o reencontro.
"Pude zerar, após uma conversa longa, o estigma de briga que ficou entre a gente. E só ficou por culpa da personalidade dele. Se eu pudesse mudar alguma coisa, mudaria a forma como ele vendeu a saída dele da Band, que dizia ter sido demitido por uma piada. É mentira, ele pediu para sair. O Rafinha soube utilizar isso para se vender, mas eu não faria desta forma.”
Com a estreia de Rafinha e Gentili, Tas se mostrou animado com a disputa pela audiência entre seus ex-colegas. “O Gentili e o Rafinha sempre foram ótimos comediantes, mas não entrevistadores. Eles ainda aprenderão muito, mas me orgulho de saber que o 'CQC' ajudou muito em suas carreiras. O 'CQC' é um programa que gera muitos programas. Só ver os roteiristas do Gentili no SBT, eram daqui. Do Rafinha também.”
iG
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